BWIN Liga 07-08 - 4 jornada - FC Porto 1-0 Marítimo
Mais vale resolver... tarde do que nunca
A vontade de resolver cedo lançou o FC Porto num início sem travões, mas a falta de pontaria foi adiando esse objectivo até ao momento possível. Dito de outra forma, até surgir alguém com cabeça. Lisandro, no caso. Foi ele quem descobriu o atalho certo de um caminho que estava a ficar perigosamente bloqueado, garantindo uma golfada de oxigénio decisiva para aguentar o impacto de um Marítimo que, nessa altura, começava a acreditar que, realmente, a tal liderança que partilhava com os portistas talvez não fosse obra do acaso.
Mas chegou a parecer, diga-se. O FC Porto pegou o adversário pelo pescoço, apertou com força e fez dos primeiros minutos uma corrida de sentido único: Tarik e Bosingwa excediam-se na velocidade pela direita; Quaresma manobrava pela esquerda e Lucho ditava regras no meio. Com tamanha demonstração de força, o Marítimo encostava perigosamente à área, derrapava e dava sinais de asfixia, mostrando-se incapaz de responder a um adversário com pé pesado no acelerador. Kanu e Mossoró, velocistas de serviço de uma equipa encolhida, ainda ensaiaram um ou dois contra-ataques, mas o físico, quando muito, deu-lhes para chegar a meio do caminho e tentar, de longe, o remate. Mesmo assim, não o fizeram muitas vezes nessa primeira parte tímida.
Do outro lado - na verdade, no mesmo lado, o único do relvado a ser usado nessa altura - os portistas carregavam, animados, sobretudo, por um Tarik duplamente faminto: de bola e de alimento, ele que, por causa do Ramadão, só toma o pequeno-almoço quando o Sol se esconde. As calorias de reserva foram bem queimadas pelo marroquino, apoiado por um Bosingwa cheio de força.
Intervalo. Sai Tarik, inevitavelmente esgotado, e entra Farías. Lisandro desliza para o lado direito. Mas pouco. O argentino gosta mesmo da área e, na verdade, nunca deixou de andar por lá. Fez bem, porque um cruzamento de Cech apanhou-o no sítio certo. Foi só empurrar, sendo este "só" uma força de expressão bem fraquinha pelo desacerto que se vira na primeira parte. Alívio garantido no Dragão, pronto a respirar com calma e a recuperar o batimento cardíaco normal. Jesualdo incluído: o treinador preparava-se para lançar Leandro Lima e, depois do golo, adiou o plano à última da hora. Com alguns assobios.
Lazaroni não mexia. Mexia-se no banco, em instruções enérgicas, mas deixava a equipa como estava desde o início e o tempo acabou por dar-lhe razão. Os maritimistas soltaram amarras e aproveitaram alguma intranquilidade do FC Porto para afiar as garras. Ficaram os arranhões e um aviso sério: o Liverpool não admite deslizes daqueles.
FC Porto: Nuno; Bosingwa, Bruno Alves, João Paulo, Marek Cech; Paulo Assunção (Bolatti 90'), Raul Meireles (Leandro Lima 73'), Lucho Gonzalez; Sektioui (Farías 46'), Lisandro Lopez e Quaresma.
Golos: Lisandro (56')
Lisandro Lopez mais uma vez decisivo